Não sente, não vibra, não ama.
Vota amor a si mesmo?
Tenho pensado o quão TÃO mais difícil é a tal expressão do amor.
O que houve?
Parei no mundo dos românticos?
Onde anda o Sonhador, o devaneador, o fantasioso?
Lembro-me de Exupéry- “as pessoas grandes adoram mesmo números!-”.
Vai me desculpando, mas isso não me enche (rá) os olhos.
Pra que mesmo tantos porquês? Números? Regras? Referências?
Prefiro lembrar daquela época- você também deve ter vivido- que todo amor era a representação do “para sempre”.
Hoje tem nos bastado o tradicional “amor pra sempre só de mãe”.
Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre”.
Mais que isso, dos que permitem ser amados “para sempre”.
Que graça tem o hoje se não há amanhã?
No dia seguinte àquele em que estamos...?
Reticências?
Não!
Que sensação estranha de transbordar enquanto o mundo parece estar na primeira marcação de medida.
Que estranho é a [minha] mudez hipócrita.
Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre”.
- “Brilho nos olhos, vamos!”
- “ Sorria feito bobo!”
-“ Torça para o caminho de volta para casa não findar!”
-“ Escreva coisas medíocres!”
-“Adote uma linguagem própria, boba, ridícula!”
-“ Associe músicas a telefonemas!"
-“ Torne-se momentaneamente burro!”
Se beija com a boca?
Ah, eu não quero aprender!
Que chato é contar os dias em horas!
Tem me cansado idear romances.
Que graça mesmo tem o tal do predomínio da sensibilidade e da imaginação sobre a razão?
Digo-lhes, há muita, muita graça!
Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre” igual aquele casal setentão que vi caminhando de mãos dadas hoje.
Assumida, declarada romântica, em todo o tempo; em qualquer ocasião.
Retomo Exupéry- “É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.”